Com o slogan "Ao nosso alcance”, o Dia Mundial do Câncer 2015, a ser celebrado em 4 de fevereiro, terá uma abordagem positiva e proativa na luta contra o câncer, destacando que as soluções existem em todas as etapas do câncer, e que eles estão ao nosso alcance.
A campanha de 2015 será articulada ao redor de quatro áreas focais:
Escolhas de vida saudáveis
Promover a detecção precoce
Disponibilizar tratamento para todos
Maximizar a qualidade de vida
Capacitar as pessoas para fazer escolhas saudáveis e reduzir os fatores de risco sociais e ambientais para o câncer é a chave para alcançar a meta global de reduzir as mortes prematuras provocadas por doenças não transmissíveis (DNT) em 25% até 2025 e atingir as metas da Declaração Mundial contra o Câncer[1], a saber:
Meta 1 - Sistemas de Saúde reforçados para garantir programas eficazes e abrangentes de controle do câncer centrado no paciente em todo o ciclo de vida;
Meta 2 - O consumo global de tabaco, o excesso de peso e obesidade, alimentação inadequada, consumo de álcool, e os níveis de inatividade física, bem como a exposição a outros fatores de risco conhecidos terá caído significativamente até 2015;
Meta 3 - O câncer causado por infecção por vírus papiloma humano (HPV) e vírus da hepatite B (HBV) será coberto por programas de vacinação universal.
Enfrentar este desafio está ao alcance de todos, se trabalharmos em conjunto para:
Dotar os indivíduos com o direito à saúde;
Promover um ambiente propício para uma vida saudável em nossas comunidades; e
Instar os governos a investir em sistemas de saúde que suportem uma vida saudável
O Desafio
Em muitos países, a percepção pública negativa e o estigma associado ao câncer limita a discussão pública informada e perpetua equívocos sobre a doença. Isto obstrui os esforços para aumentar a conscientização sobre a prevenção do câncer, comportamentos saudáveis e a busca por diagnóstico precoce de sinais e sintomas. Os indivíduos e as comunidades precisam estar cientes de que, pelo menos, 33% dos cânceres mais comuns podem ser evitados através da redução do consumo de álcool, dietas mais saudáveis e melhores níveis de atividade física. Incluindo abandonar o hábito fumar aumenta a proteção a cerca de 50%[2].
Além dos quatro fatores de risco comuns, a proteção contra a radiação ultravioleta (UV) também é fundamental para a prevenção do câncer de pele. Ademais, exposições ocupacionais e ambientais, incluindo o amianto, contribuem substancialmente para a incidência do câncer.
Em ambientes de baixa renda, programas de prevenção de câncer devem ir mais além da mudança de estilo de vida, pois muitos países enfrentam uma dupla carga das exposições, sendo as mais comuns infecções causadoras de câncer. Vários dos cânceres mais frequentes, tais como de fígado e de colo do útero estão associados a infecções por HBV e HPV, respectivamente.
Atingindo os desafios: Capacitando os indivíduos sobre o direito à saúde
O direito à saúde está consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem e defendido pela comunidade internacional.
Exercitar o direito do indivíduo à saúde inclui o acesso a preços acessíveis de serviços de qualidade oportunamente em todos os níveis no tratamento do câncer.
A adoção de comportamentos saudáveis no início da vida reduz o risco de câncer e outras doenças não transmissíveis na idade adulta, como o diabetes e doenças cardíacas, e é essencial para atingir o direito do indivíduo à saúde.
Promovendo um ambiente propício para uma vida saudável em nossas comunidades
As condições em que as pessoas vivem e trabalham influenciam a sua capacidade de escolher uma vida saudável. É necessária uma ação coordenada em todos os segmentos da sociedade e em todos os níveis para facilitar as políticas e programas de prevenção que capacitam os indivíduos a fazer escolhas saudáveis.
A abordagem global dos governos é essencial para desenvolver e implementar políticas, leis e programas baseados em evidências que reduzam o nível de exposição a fatores de risco para o câncer e facilitem a adoção de estilos de vida saudáveis.
As medidas legais e regulatórias tem demonstrado ser abordagens eficazes para reduzir a exposição ao tabaco, álcool e alimentos não saudáveis, bem como exposições ambientais. Por exemplo, a tributação do tabaco tem sido identificada como a medida mais importante que os governos podem tomar para reduzir os principais fatores de risco para doenças não transmissíveis.
A ação deve ir além do setor da saúde para incluir a educação, esporte, planejamento urbano e agricultura. Por exemplo, as escolas podem promover uma cultura pró-saúde, fornecendo refeições saudáveis, instalações de lazer e incluir as disciplinas de nutrição e atividade física nos currículos. Os locais de trabalho podem fornecer ambientes totalmente livres de tabaco nos locais fechados, opções de alimentos saudáveis e incentivos para deixar de fumar.
Investir em sistemas de saúde que ofereçam suporte a uma vida saudável
Para os governos, investir na prevenção do câncer é mais econômico do que lidar com as consequências. Enquanto que o custo econômico do câncer é estimado em US $ 458 bilhões por ano até 2030, medidas para reduzir os fatores de risco para todas as doenças não transmissíveis, incluindo câncer, de base populacional são estimados em apenas US $ 2 bilhões por ano para todos os países de baixa e média renda.
A prevenção eficaz do câncer a nível nacional começa com um plano nacional de controle da doença, que responda à carga de câncer e fatores de risco de um país.
Os planos de controle nacional de câncer também têm um papel vital no fortalecimento dos sistemas de saúde, abordando os principais obstáculos à prestação de serviços eficazes e de qualidade ao câncer, e identificando oportunidades de integração de serviços em programas existentes. Por exemplo, a vacina contra o HPV deve ser considerada como uma plataforma para melhorar a saúde do adolescente, juntamente com outras intervenções de saúde pública, como a saúde reprodutiva, nutrição e educação. Da mesma forma, a vacinação contra o HBV deve ser integrada aos serviços de medicina reprodutiva, materna, neonatal e infantil, como parte dos cuidados de rotina pós-natal.
A Parceria Internacional de Controle do Câncer (ICCP), por meio de um portal recém-lançado, tem como objetivo apoiar os países, fornecendo melhores recursos de prática e um banco de dados sobre o Plano Nacional de Controle de Câncer.
Fonte: http://www.paho.org/bireme/index.php?id=272%3Adia-mundial-do-cancer-2015...