A cada 36 horas, um jovem morre vítima de álcool

De acordo com informações do Ministério da Saúde reunidas no portal, foram registradas em 2012, último dado disponível, 242 mortes na faixa etária dos 20 aos 29 anos causadas por "transtornos por causa do uso de álcool", conforme definido na CID (Classificação Internacional de Doenças).

Considerando todas as faixas etárias, o número de mortes causadas pelo álcool chegou a 6.944 em 2012, quase o dobro do registrado em 1996, dado mais antigo disponível na base Datasus. Naquele ano, foram 3.973 óbitos associados ao consumo exagerado de bebida. No período, a alta no número de mortes foi de 74%.

De acordo com especialistas, o número de mortes associadas ao álcool deve ser ainda maior se computadas as causas secundárias, como doenças provocadas pelo consumo por um longo período de tempo ou violência associada à ingestão da bebida. Deborah Malta, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, destaca que "se considerados problemas como cirrose hepática ou acidentes causados por embriaguez, por exemplo, esse dado sobe".

Pesquisadora do Inpad/Unifesp (Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas da Universidade Federal de São Paulo), Clarice Madruga afirma que o consumo excessivo de álcool em todas as faixas etárias vêm crescendo nos últimos anos. Pesquisa da Unifesp mostra que, entre os brasileiros que consomem álcool, o hábito chamado de "beber em binge", quando há ingestão de pelo menos cinco doses de bebida em um período de duas horas, cresceu de 45%, em 2006, para 59%, em 2012.

— E esse abuso é mais comum entre jovens, porque nessa faixa etária é realmente mais difícil controlar os impulsos. Por isso não se pode culpar a vítima ou os pais. É preciso que o poder público intervenha na venda de bebida.

A especialista explica que o consumo exagerado de álcool, quando não chega ao ponto de levar à morte, está associado a uma série de problemas físicos e psíquicos.

— No caso da intoxicação, é uma relação simples. O álcool em excesso paralisa o sistema nervoso e, se a pessoa entrar em coma alcoólico e não tiver o devido cuidado, pode sofrer a parada cardiorrespiratória. Além disso, o álcool causa doenças no fígado, perda cognitiva e ainda pode desencadear de forma mais rápida e mais severa doenças como a depressão e o transtorno de ansiedade.

Fonte: http://noticias.r7.com/saude/a-cada-36-horas-um-jovem-morre-vitima-de-al...