Brasil reduz mortalidade infantil em 20% acima da média mundial

Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a redução da mortalidade na infância no Brasil foi 20% maior em relação à média mundial. A conquista foi destaque na publicação de setembro da revista de saúde The Lancet, que analisa a mortalidade infantil em vários países entre os anos 1990 e 2015.

A meta da Organização das Nações Unidas (ONU) previa redução em 66% da mortalidade no período. No mundo todo, o número de mortes de menores de cinco anos, caiu de 91 por mil nascidos vivos, em 1990, para 43 por mil nascidos vivos em 2015, representando queda de 53%, abaixo, portanto, do objetivo.

No Brasil, os números ultrapassaram a meta. Em 1990, o país tinha uma taxa de 60,8 mortes por mil nascidos vivos. Em 2015, o número caiu para 16,4, uma redução de 73%, ou seja, 7% acima do esperado pela ONU em todo o mundo. Esta não foi a primeira vez que o país alcançou a meta internacional de diminuição. Em 2012, isso também aconteceu.

De acordo com o artigo ‘Níveis e tendências globais, regionais e nacionais em menores de 5 anos - mortalidade entre 1990 e 2015, com base em cenários e projeções para 2030: uma análise sistemática pelo Grupo Interagências das Nações Unidas para Estimativas sobre Mortalidade Infantil’, o progresso da condição de saúde das crianças no Brasil, se deve, principalmente, ao conjunto de políticas públicas aplicadas no país. O acesso à vacinação, a ampliação da cobertura de atenção básica, o crescimento das taxas de aleitamento materno e a diminuição da pobreza são algumas das ações. Isso também levou o país a quase conseguir a extinção de internações por desnutrição, por doenças imunopreveníveis como, sarampo, tétano neonatal e poliomielite, e por diarreia/pneumonia.

Para o coordenador de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, Paulo Bonilha, o atendimento à gestante ao longo da gravidez, bem como a qualidade da assistência ao parto e incentivo ao parto normal, são fundamentais para o bebê nascer melhor. “Isso tudo somado ainda ao acompanhamento ao longo do primeiro ano de vida, com todas as ofertas, o aleitamento materno, a vacinação, as consultas médicas e de enfermagem, o acompanhamento do desenvolvimento neuro-psicomotor desse bebê. É muito importante que a gente consiga combinar todas essas estratégias”, afirma.

Segundo ele, o aumento das consultas de pré-natal também contribuiu para a diminuição da mortalidade infantil. Somente em 2014, foram realizadas mais de 20 milhões de consultas de pré-natal pelo SUS, o que representa aumento de 57% em relação a 2007.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2015/10/brasil-redu...