Brasil é exemplo no combate ao cigarro, mas aumento de preços reduzirá ainda mais o número de fumantes

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, o Brasil tem muito a comemorar. Nos últimos dez anos, houve uma redução de 33,8% no número de fumantes adultos no País, de acordo com o mais recente levantamento do Ministério da Saúde sobre o assunto. Ainda assim, 10,4% da população das capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar. De acordo com especialistas, um dos caminhos para se reduzir ainda mais a quantidade de tabagistas no país é dar continuidade à política de aumento de preços dos cigarros.

Desde 2005, quando ratificou a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil vem aumentando gradativamente os preços e impostos sobre os produtos de tabaco. Mesmo assim, de acordo com o pneumologista e docente da Unifesp (Escola Paulista de Medicina) José Roberto Jardim, a medida ainda é aplicada “timidamente” no País.

— A medida mais efetiva para diminuir o número de fumantes é aumentar o preço. Nos Estados Unidos, você chega a comprar um cigarro por U$ 15. O cigarro brasileiro ainda é barato, se comparado com outros países.

Jardim diz que o preço alto seria um impeditivo, principalmente, para os jovens, que costumam ser os mais suscetíveis a iniciar o vício no cigarro. De acordo com uma pesquisa do Erica (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes) divulgada em maio deste ano, 1,8 milhões de adolescentes brasileiros entre 12 e 17 anos — número que corresponde a 18,5% dos jovens dessa faixa etária — já consumiram, ao menos uma vez, produtos derivados do tabaco.

— Sabemos que quem fuma um maço por dia, ao final do ano, trocou um carro popular por cigarros. Se usa de dois a três maços ao dia, perdeu um pequeno apartamento. Esse dinheiro poderia ser usado para dar prazer a ele e à sua família.

Dentre as principais doenças causadas pelo uso do cigarro estão as DCNT (doenças crônicas não transmissíveis), dentre elas o câncer, doenças pulmonares, como o enfisema, e cardiovasculares.

No caso do câncer de pulmão, 90% dos casos registrados da doença acontecem entre fumantes ou ex-fumantes. Ainda de acordo com o Inca, esse é o tipo de câncer que mais mata homens e o segundo que mais mata mulheres no Brasil.

Fonte: http://noticias.r7.com/saude/brasil-e-exemplo-no-combate-ao-cigarro-mas-...